Em tempo de filtros, quem é você sem eles?

A câmera abre e, antes de pensar no que sente, você pensa no ângulo, na luz, no filtro. É automático.

De tanto ajustar por fora, a gente desaprende a escutar por dentro. Eu não sou contra filtros. Eles podem ser divertidos. O problema é quando viram medida de valor.

Quando a imagem passa a mandar mais do que a vida.

Sinais de que os filtros estão te filtrando demais.

Você se compara com versões editadas e sai sempre perdendo

Evita fotos sem maquiagem ou sem “correção”

Apaga momentos bons porque não ficaram “bonitos”

Sente ansiedade antes de postar e culpa depois

Perde tempo lapidando imagem e sobra pouco para sentir

Quem é você quando a tela fecha

A pergunta não é filosófica demais. É prática. O que você gosta de fazer quando ninguém está olhando. O que te acalma. O que te provoca riso. O que te emociona. Quais relações te deixam leve. Quais conversas te nutrem. Sua vida real precisa ter mais espaço do que a sua vitrine.

Um teste simples para esta semana

Três fotos da sua vida sem filtro. Luz do dia, bagunça do fim de tarde, cabelo como acordou. Não precisa postar. Só olhar. Repare nas sensações que surgem. Vergonha. Alívio. Liberdade. Se vier dureza, acolha. Você está reaprendendo a se ver como pessoa, não como produto.

Pequenos passos para reconstruir presença

Defina janelas para redes. Fora delas, celular longe dos olhos

Siga pessoas que te lembram de vida real e silencie quem ativa comparação

Troque dez minutos de rolagem por dez de respiração ou caminhada

Marque um café com alguém que te conhece de verdade

Durma com o celular fora do quarto e acorde com você

Sobre autoestima e corpo

Autoestima não nasce de se ver perfeita. Nasce de se ver inteira. Corpo é casa, não vitrine. Ele muda com o tempo, com a fase, com os hormônios, com a história. Não precisa caber em padrões para merecer cuidado, prazer e descanso.

E quando o filtro é emocional

Tem gente que não usa filtro na imagem, mas usa na alma. Finge que está bem, edita sentimentos, corta o “ruim” da conversa. Isso também adoece. Permita-se uma conversa honesta por semana, com alguém seguro. Nomear o que sente é tirar o filtro que pesa por dentro.

Se a relação com a sua imagem te machuca, se a comparação virou rotina, se a ansiedade cresce com o uso das redes, vale conversar. Atendo em Cuiabá e online. Podemos construir juntas um plano de limites e de presença que caiba na sua vida. A meta não é abandonar a tecnologia. É recuperar o comando. É poder escolher filtros na foto sem precisar deles para existir.

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👩‍⚕️ Drª Luciana Rocha | Médica Psiquiatra | CRM MT 8537 | RQE 5413

🧠 Sua saúde mental importa!

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