Dra Luciana Rocha - Médica Psiquiatra
 

A ansiedade não nasce do nada. Muitas vezes são pequenos hábitos, repetidos todos os dias, que deixam o corpo em alerta e a mente acelerada. Quero te mostrar os mais comuns e trocas simples que já aliviam hoje.

Não é impressão sua. Muita gente está exausta, ansiosa, sem dormir direito, com dificuldade de sentir prazer e de se conectar. Não é só “fragilidade das pessoas”

Pergunta justa e muito importante. A resposta curta é: sim, pode ser seguro e, em muitos casos, é necessário. O foco é sempre o equilíbrio entre riscos e benefícios, pensando em você e no bebê.

Tocofobia é um medo intenso de engravidar e/ou parir. Não é frescura. É um medo que ocupa a cabeça, o corpo e as decisões. Algumas mulheres evitam engravidar

Doomscrolling é o hábito de rolar notícias e conteúdos negativos sem parar, mesmo sentindo que isso te faz mal. Você busca “se informar”, mas sai mais ansiosa,

Se alguém que você ama está em depressão, o primeiro passo não é “consertar”. É ficar. Presença, calma e consistência fazem mais diferença do que frases perfeitas.

Quando a gente pensa em depressão, costuma imaginar alguém chorando, sem sair da cama.

Quando o assunto é desempenho sexual, muita gente sofre calada. A Tadalafila pode ser uma aliada — mas não é para todo mundo, nem resolve tudo sozinha. Quero te explicar de forma simples e sem tabu.

O TOC não é só “gostar de tudo organizado”. Muitas vezes ele aparece como pensamentos intrusivos, imagens ou dúvidas que geram ansiedade...

A câmera abre e, antes de pensar no que sente, você pensa no ângulo, na luz, no filtro. É automático. De tanto ajustar por fora, a gente desaprende a escutar por dentro. Eu não sou contra filtros. Eles podem ser divertidos. O problema é quando viram medida de valor. Quando a imagem passa a mandar mais do que a vida. Sinais de que os filtros estão te filtrando demais.

Um dia você percebe que não é “só cansaço”. Acorda já esgotada. O café não resolve. O humor oscila. A cabeça falha. O corpo dá sinais que você vem ignorando há meses. Burnout é isso. Um estado de exaustão física, mental e emocional causado por estresse crônico, geralmente ligado ao trabalho e à sobrecarga invisível do dia a dia.

Antes de qualquer coisa: isso é comum e tem tratamento. Muita gente sofre calada por vergonha, culpa ou medo de decepcionar o parceiro. Falar é o primeiro passo para sair do ciclo.

É estranho perceber que o corpo não responde como antes. A cabeça até gosta da ideia, mas o corpo não acompanha. O toque que já acendeu, hoje não mexe. E junto vem culpa, comparação e medo de ter algo “errado” com você. Se isso está acontecendo, respira. Desejo não é um interruptor. É um sistema sensível que depende de corpo, mente, rotina e vínculo.

Antes de qualquer coisa: eu sinto a sua frustração. É duro fazer tudo “certo”, tomar o remédio direitinho e ainda assim se sentir mal. Quando isso acontece, não é falta de força. É sinal de que precisamos revisar o caminho, com método e carinho.

Dissociar é um mecanismo de proteção. Quando algo é intenso demais — trauma, estresse extremo, ameaça — a mente pode “sair de cena” por alguns minutos ou horas. Para algumas pessoas, isso vira padrão e traz sofrimento. É aí que falamos de transtornos dissociativos.

Quando atendo casais em que uma das pessoas tem TDAH, quase sempre aparece o mesmo: muita intensidade e muito desgaste. Há brilho, curiosidade, afeto grande. E também atrasos, esquecimentos, impulsos, promessas não cumpridas. Se este é o seu cenário, quero te dizer que há explicação e caminho.

Tem dias em que acordo, visto a roupa, trabalho, respondo mensagens, cumpro prazos. Por fora, tudo certo. Por dentro, um cansaço que não descansa, uma vontade de desaparecer por algumas horas, um esforço enorme para parecer ok. Se você vive assim, eu te vejo. Isso tem nome: depressão funcional. E não é falta de força, é sofrimento silencioso.

Ansiedade digital não é só usar muito o celular. É quando a mente entra em modo alerta por causa do fluxo constante de notificações, mensagens, notícias, comparações e cobranças invisíveis. O corpo reage como se estivesse sempre atrasado. A respiração fica curta. O sono piora. A cabeça não desliga. A vida acontece, mas a presença fica presa na tela.

Você sente uma dorzinha e já pensa no pior. Abre o celular. Pesquisa rapidinho. Em minutos, está lendo sobre doenças raras, casos extremos e relatos que parecem encaixar em você. O coração acelera. O corpo entra em alerta. A cabeça só consegue pensar nisso. Eu vejo isso todos os dias.

Eu converso muito sobre isso no consultório. A resposta curta é não. A terapia é uma relação. É olhar, tom de voz, silêncio que acolhe, história compartilhada. É ajuste fino, ética e responsabilidade sobre decisões que afetam a sua vida. Tecnologia ajuda, mas não sente, não se responsabiliza, não segura a sua mão quando o mundo pesa.