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Transtornos dissociativos: quando a mente “desconecta” para tentar proteger.

  • Foto do escritor: Luciana Rocha
    Luciana Rocha
  • 22 de out.
  • 2 min de leitura
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Dissociar é um mecanismo de proteção. Quando algo é intenso demais — trauma, estresse extremo, ameaça — a mente pode “sair de cena” por alguns minutos ou horas. Para algumas pessoas, isso vira padrão e traz sofrimento. É aí que falamos de transtornos dissociativos.


Como isso pode aparecer no dia a dia

  • Sensação de estar “fora do corpo” ou de ver a si mesma de longe.

  • Momentos de “apagão” de memória (não lembrar trechos do dia, conversas, trajetos).

  • Mundo com aspecto irreal (como se estivesse num filme).

  • Troca brusca de humor, voz, postura ou preferências sem explicação clara.

  • Dificuldade de se reconhecer em fotos/espelho em alguns momentos.

  • Percepção do tempo quebrada (minutos que parecem horas ou o contrário).

Se esses sinais acontecem com frequência, trazem medo ou prejuízo na rotina, vale investigar.

Por que isso acontece

Dissociação é uma tentativa do sistema nervoso de reduzir dor quando faltam recursos para lidar com ela. Em vez de hiperativar (ansiedade/alerta), o corpo pode desconectar. Não é “frescura” nem escolha consciente. É uma resposta aprendida.


O que ajuda na hora (técnicas de aterramento)

Não resolve a causa, mas recupera presença no momento.

  • Respiração 4–2–6: inspira 4, segura 2, solta 6, por 1–2 minutos.

  • Cinco sentidos: nomeie 5 coisas que vê, 4 que toca, 3 que ouve, 2 que cheira, 1 que saboreia.

  • Água fria nas mãos/rosto ou segurar uma manta pesada por alguns minutos.

  • Âncora corporal: pés no chão, pressione as plantas contra o solo e descreva a sensação.

Guarde em um bilhete fácil de acessar. Combine com pessoas de confiança um sinal para pedir ajuda em silêncio.


O que atrapalha

  • Falta de sono, álcool excessivo e jejum prolongado aumentam a chance de “descolar”.

  • Tentativa de “forçar lembrar” memórias pode piorar. Segurança primeiro, memória depois.

  • Autocrítica (“sou fraca”, “tô inventando”) mantém o ciclo de ameaça.


Tratamento: o que esperar

O cuidado é gradual e seguro.

  • Psicoterapia com foco em trauma (psicoeducação, estabilização, processamento no tempo certo).

  • Plano de rotina: sono, alimentação, movimento leve e previsibilidade.

  • Medicação, quando indicada, para sintomas associados (ansiedade, depressão, sono). O objetivo é criar janela de tolerância; não muda quem você é.

  • Rede de apoio: combinar passos práticos para episódios (contato, deslocamento, acolhimento).


Mitos comuns

  • “Dissociar é loucura.” Não é. É estratégia de sobrevivência que ficou automática.

  • “Se eu lembrar de tudo de uma vez, eu curo.” Pressa machuca. Cura acontece com regulação + vínculo + tempo.

  • “Quem dissocia inventa.” Experiência é real mesmo quando difícil de explicar.

Quando buscar ajuda imediata


Se houver risco de se machucar, se os “apagões” são longos, se há pensamentos de morte ou de que nada é real por tempo prolongado. No Brasil, CVV 188 (24h) e, em urgência, SAMU 192 ou pronto atendimento.

Se você se reconheceu aqui, podemos conversar com calma. Atendo em Cuiabá e online. O nosso foco será segurança, presença e sentido, passo a passo. Você não precisa navegar isso sozinha.


📍Cuiabá-MT & Online para todo Brasil

👩‍⚕️ Drª Luciana Rocha | Médica Psiquiatra | CRM MT 8537 | RQE 5413

🧠 Sua saúde mental importa!

💻Consultas online:

+55 (65) 9 9624-9711


📍Clínica Santa Maria

Jardim Cuiabá - Cuiabá-MT

Rua das Papoulas , 131 

📱 (65) 9 9624-971

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